O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, afirmou que pretende criar um programa conjunto com o governo brasileiro para revitalizar o Grande ABC. A afirmação foi feita durante encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso, em Santiago do Chile. Clinton disse que seu objetivo é evitar que ocorra na região o mesmo que aconteceu com a cidade norte-americana de Detroit, que levou 20 anos para se recuperar de um processo de sucateamento industrial e desemprego, iniciado nos anos 60. Clinton e FHC estavam participando da Cúpula das Américas, um encontro com todos os chefes de Estado das Américas do Norte, Central e Sul.
“Nos propusemos a conversar sobre um programa para reconstruir as cidades no sentido de criar mais serviços e outros tipos de atividades econômicas, além da industrial” — disse Fernando Henrique Cardoso. Que completou: “Combinei com o presidente Clinton que, se for aos EUA para a reunião da ONU, almoçaremos juntos para que ele me ajude a encontrar subsídios que reduzam o impacto das mudanças na economia do Grande ABC”.
O massacre imposto pela desastrada política macroeconômica de FHC dispensa maiores comentários sobre o tratamento que deu ao Grande ABC, que perdeu 34% de produção de riqueza industrial nos sete primeiros anos de seu governo até dezembro de 2001. Só nesse período foram-se pelo ralo da região 83 mil empregos industriais formais. E nunca mais se ouviu falar na tal intervenção dos EUA para salvar o Grande ABC.
Sem contar que FHC só veio ao Grande ABC uma única vez durante seu mandato, exatamente na inauguração da linha de produção do Ford Ka, quando foi barulhentamente atacado por metalúrgicos da CUT, com Vicentinho Paulo da Silva à frente. A notícia publicada com estardalhaço pelo Diário do Grande ABC simplesmente desapareceu da pauta.
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01/04/2003 Quando a guerra fiscal está à sombra de tudo