O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Emerson Kapaz, diz que a hora de investir no Grande ABC é agora. Segundo ele, as ações que os governos estadual e federal estão desenvolvendo — que devem ser concretizadas em cinco anos — vão levar os empresários a investir imediatamente. Após esse período, a região estará maxivalorizada e quem quiser investir terá de desembolsar muito mais dinheiro. “A tendência natural é o lucro”, afirmou.
O secretário disse, durante assinatura de convênio entre a Scania e o Estado na última sexta-feira, em São Bernardo, que as empresas devem aproveitar “que a região está em baixa” para fazer novos investimentos: “É como ação na Bolsa de Valores. Quando ela está em baixa, você tem de comprar. Quando ela está em alta, você deve vender”, disse.
Kapaz criticou as pessoas que afirmam que a região está fadada ao desastre. “Quero deixar bem claro que essa história de que o Grande ABC vai falir é bobagem”.
De acordo com Kapaz, o lucro por investir na região deve surgir em cinco anos: “O Porto de Santos estará privatizado, haverá mais uma pista do sistema Anchieta-Imigrantes e o trânsito em São Bernardo, por exemplo, só tende a melhorar com os investimentos que vamos fazer na construção dos anéis viários”.
Kapaz afirmou que, depois das ações que vão ser tomadas nos próximos cinco anos na região, o empresário que quiser investir no Grande ABC — “e muitos vão querer” — vai ter de desembolsar mais dinheiro do que agora. “O preço dos terrenos, por exemplo, vai disparar. A infra-estrutura da região vai ser excepcional”.
Se em vez de político — que se elegeu deputado federal alguns meses mais tarde — Emerson Kapaz fosse consultor empresarial, há muito estaria na rua da amargura. Os cinco anos projetados por Emerson Kapaz como capazes de transformar o Grande ABC em novo Eldorado de investimentos foram os piores momentos da história regional. Se fosse de fato corporação que tivesse as ações cotadas na Bolsa de Valores, o Grande ABC teria levado investidores ao desespero porque, pródigos em discursos e escassos em planejamento estratégico, os administradores públicos da região mostram-se cada vez mais insuperáveis em projetos assistenciais. Esquecem-se de que está na economia a saída de emergência do arrasado cenário social.
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01/04/2003 Quando a guerra fiscal está à sombra de tudo