Imprensa

LULACÁ precisa entender
o que se passa na região

DANIEL LIMA - 02/02/2024

Já virou tradição meter-me mato adentro nas entrevistas publicadas por outros veículos de comunicação. O Diário do Grande ABC é meu freguês da caderneta. A entrevista encomendada que o jornal publica hoje com o presidente Lula da Silva merece intervenção para que não se confunda gato de complicações econômicas e sociais da região com lebre de comemorações e festejos virtuais.

Uma entrevista com um presidente da República, seja qual for o presidente da República, que não contenha pelo menos cinco verbetes-conceitos não é uma entrevista que pretenda mais esclarecer do que emburrecer.

Pois a entrevista encomendada do Diário do Grande ABC com o presidente da República ignora algumas palavras-chaves de um País em convulsão e de uma região que teve o PIB Geral e especialmente o PIB Industrial fortemente abalados neste século.

O leitor está desafiado a percorrer cada linha da entrevista encomendada com Lula da Silva no Diário do Grande ABC, transposta integralmente nesta análise, e encontrar “desindustrialização”, “corrupção”, “regionalidade”, “PIB e “planejamento estratégico”. Se o mecanismo de busca de meu computador estiver funcionando direito, a procura será frustrante.

NEM DEMOCRACIA

Pior que isso é descobrir, agora, pronto que estava para fechar esta análise, que, também, “democracia” não aparece uma única vez. Chego a desconfiar que se fez um trato seguido à risca: banimento compulsório de perguntas que impusessem incômodos. Como está mais que evidente que a entrevista não foi presencial, e tampouco se garante que foram respostas do presidente da República, que possivelmente só as aprovou, a desconfiança se encaminha para a certeza de que cada frase seria rastreada para evitar interpretações insatisfatórias. São cuidados naturais de assessores palacianos, quando se sabe que a autenticidade de Lula da Silva, ao vivo e em cores, tem causado constrangimentos.

Agora segue a entrevista encomendada do Diário do Grande ABC com um dos maiores nomes da história política do País. O título da página interna (” Região voltará a ser símbolo da nossa economia, afirma Lula”) é um delírio. A região representa apenas 1,67% do PIB Nacional. É simbolicamente um pouco mais que a soma de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra no PIB Regional. E vem mantendo uma marcha fúnebre constante, de esvaziamento frente ao ritmo nacional.

A velocidade de crescimento relativo do PIB Regional está, há décadas, resumida a apenas 30% do ritmo nacional, que, todos sabem, é espécie de cágado num autódromo de improdutividades.

DIÁRIO DO GRANDE ABC

O sr. participa de uma atividade na Volkswagen, símbolo da virada de chave da economia do Grande ABC. Recentemente, o sr. esteve reunido com diretores da GM e da BYD, apostando em investimento em eletrificação de carros. Esse é o caminho para o futuro da indústria automotiva do Grande ABC e brasileira?

LULA DA SILVA

Nos últimos anos houve pouco investimento nas indústrias, também porque o Brasil estava com pouca perspectiva de futuro, e um discurso absurdo na questão ambiental, completamente fora de compasso com o mundo. Esses investimentos em modernização das fábricas, carros elétricos e híbridos são fundamentais para o Brasil manter e ampliar sua indústria automobilística. Investimentos não só para o mercado interno mas também para o Brasil servir de plataforma de exportação para outros países.

CAPITALSOCIAL

O triunfalismo embutido na pergunta é respondido no mesmo tom pelo presidente da República. Os investimentos das montadoras sediadas na região em busca de atualização tecnológica começaram nos anos 1990, frente ao dilúvio da abertura do mercado que impactou diretamente as autopeças nacionais enquanto protegia as montadoras para se ajeitarem no novo cenário de globalização. Deu no que deu: a desindustrialização da região que começou com o movimento sindical e a guerra fiscal intensificou-se. E agora a região está na boca do jacaré da eletrificação que vai trazer mais complicações. O governo federal trata a chinesa BYD, na Bahia, com todo o zelo e carinho. O Nordeste, todos sabem, é o maior reduto político-eleitoral de Lula da Silva. O ABC Paulista é complexo, o voto doutrinário ou pragmático custa muito mais caro. As montadoras da região vão continuar a comer poeira entre outras razões porque o tratamento fiscal ao Nordeste e Centro-Oeste no setor automotivo é privilegiado. Temos o Custo ABC contra o Benefício Nordeste e Centro-Oeste.

DIÁRIO DO GRANDE ABC

O Grande ABC ficou muito conhecido também por formar mão de obra extremamente qualificada para trabalhar nos parques fabris, tanto que o custo dessa mão de obra era superior a outras partes do Brasil. O que se viu nas últimas décadas foi uma automatização dos processos e essa mão de obra superqualificada para trabalhar em plantas antigas ficou ultrapassada. De que forma o Governo Federal pode funcionar como indutor de formação de mão de obra qualificada para a região?

LULA DA SILVA

O perfil do Grande ABC também mudou. Hoje, há 763 mil trabalhadores formais na região, sendo que, em 2023, criamos 16,4 mil novos postos de trabalho. No entanto, apenas 23% do total de trabalhadores estão na indústria. Nas últimas décadas, o perfil do emprego no Grande ABC ficou mais parecido com o resto do País, majoritariamente composto por serviços e comércio. Já nos meus governos anteriores observamos essas mudanças e trouxemos uma demanda da região de muito tempo, criando a Universidade Federal do ABC. O governo federal seguirá investindo em ensino superior e Institutos Federais de ensino técnico. Vamos abrir novos Institutos Federais em Diadema e Mauá. Além de estarmos investindo agora em educação integral, e formação em setores como tecnologia da informação, em setores ligados a transição energética e na chamada “economia de cuidados”. Estamos elaborando um “PAC dentro do PAC” para qualificar as pessoas para os novos empregos que virão de todos esses investimentos produtivos, com a criação de mais 100 Institutos Federais e coordenando a oferta de formação com o Sistema S. E trabalhando para fortalecer a economia brasileira e a demanda por trabalhadores como um todo e precisamos cuidar das duas pontas: de gerarmos mais empregos de um lado e darmos formação para as pessoas serem capazes de conseguir esses empregos. Conseguimos nesse primeiro ano baixar o desemprego para o número mais baixo desde 2014.

CAPITALSOCIAL

É erro crasso relacionar suposta mão de obra da região qualificada no período de explosão automotiva. Estudos publicados inclusive por CapitalSocial nos anos 1990 mostram detalhadamente, por exemplo, o quanto a Volkswagen em São Bernardo teve de investir para qualificar os trabalhadores, então sob os riscos de concorrência com novos endereços automotivos muito mais planejados. A região se distinguia, sim, pela captura técnica de fazer veículos, pela cultura de produção, não pela qualidade no sentido de produtividade. E as operações custavam muito mais caro. Até que a guerra fiscal tratou de nos atropelar.

Já os números apresentados por Lula da Silva sobre a participação do emprego industrial na região estão corretos. Só faltou dizer que a participação relativa do emprego industrial caiu 50% desde o começo do século, quando ele assumiu a presidência da República pela primeira vez. As indústrias que restam na região procuram compatibilizar investimentos e produtividade para enfrentar o desnível provocado pelo Custo ABC.

A criação da Universidade Federal do Grande e os planos de novos investimentos na atividade técnico-educacional não devem levar a mudanças significativas. O buraco da competitividade econômica regional é muito maior. A base de tudo para que se estiquem os investimentos em direção à produtividade é a sequência profissional geralmente frustrante a qual são relegados os formandos. A Universidade Federal do ABC é um caso clássico de desperdício de dinheiro público. A inserção na região, depois de quase duas décadas de instalação, é dolorosamente frágil, porque quase inexistente.

DIÁRIO DO GRANDE ABC

Recentemente o Grande ABC perdeu duas das suas mais poderosas empresas: a Ford e a Toyota. A quais fatores o sr atribui a saída dessas empresas de São Bernardo? O que era preciso fazer de diferente para segurar essas empresas aqui?

LULA DA SILVA

O País estava sem governo e sem rumo. O que é preciso fazer é o que nós estamos fazendo com a retomada de grandes programas como o Novo PAC e o Minha, Casa, Minha Vida. No Estado de São Paulo, os investimentos do PAC chegam a mais de R$ 179 bilhões. São 125 mil casas contatadas com financiamento do FGTS e mais 22 mil contratadas da Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida. Isso traz qualidade de vida para a população e crescimento econômico. O novo programa de industrialização tem R$ 300 bilhões em recursos que visam valorizar e modernizar nossos processos industriais, para uma região como a do Grande ABC voltar a prosperar. O que estamos fazendo é mais que retomar políticas bem sucedidas do passado. É trazer de volta para o Brasil a perspectiva de construir, com muito trabalho, o seu futuro.

CAPITALSOCIAL

O questionamento do Diário do Grande ABC está longe de se caracterizar como questionamento. A pergunta ao presidente Lula da Silva deveria girar em torno da responsabilidade do movimento sindical e também do governo federal petista no descaminho da desindustrialização da região, entre vários fatores. A Ford e a Toyota saíram de São Bernardo principalmente porque foram exauridas economicamente ao longo de décadas de conflitos trabalhistas conjugados com o quadro de competividade em vários outros quesitos. Mas são apenas uma parte ínfima de um quadro histórico regional muito mais grave e democrático em termos de geografia regional. Perdemos praticamente quase todas as cadeias de produção industrial. Vivemos da indústria automotiva cada vez relativamente menos importante no cenário nacional e também no ambiente regional, além do polo petroquímico. O restante foi-se embora. E continuará indo. O buraco é muito mais embaixo e não está na argamassa triunfalista do presidente da República.

DIÁRIO DO GRANDE ABC

Qual avaliação o sr faz deste primeiro ano de mandato? Quais as diferenças e semelhanças com os primeiros anos dos mandatos anteriores?

LULA DA SILVA

Encontramos o governo deixado pelo governo anterior muito pior do que encontramos em 2003. A única coisa melhor que em 2003 eram as reservas internacionais que deixamos e eles não conseguiram destruir. O primeiro ano foi de organização da casa. Trabalhamos muito para consertarmos os estragos que eles tinham deixado. Tivemos que pagar precatórios que eles tinham dado calote, e precisamos construir com o Congresso um orçamento, isso antes mesmo de assumir, porque o orçamento que eles deixaram acabava em setembro. Recuperamos políticas sociais e de desenvolvimento, a imagem do Brasil no Exterior e agora é a hora de começarmos a colher e avançarmos. Muitos dos programas que relançamos vão começar a fazer efeito na vida da população esse ano. E muitas das obras que estamos retomando vão ir gerando empregos e desenvolvimento.

CAPITALSOCIAL

Lula da Silva tem razão ao afirmar que encontrou o Brasil em situação pior após Jair Bolsonaro do que em 2003, após Fernando Henrique Cardoso. Só esqueceu de dizer que antes de Jair Bolsonaro, no caso da região, tivemos os escombros de Dilma Rousseff, por ele mesmo apontada como sucessora, e        o ataque do Coronavírus, além de um conjuntura internacional de guerras regionais e rupturas nas cadeias de produção. Também esqueceu de dizer que, em 2003, Fernando Henrique Cardoso deixou um país arrumado em termos macroeconômicos, embora, com a quebra de 39% do PIB, a região tenha sido duramente punida por contar com um parque automotivo lançado à competição internacional no segmento de autopeças e aos estragos da guerra fiscal, entre outros pontos.

DIÁRIO DO GRANDE ABC

Como o Grande ABC está inserido no seu governo? Alguns anúncios importantes foram feitos, como investimento para construção de um novo hospital em Diadema, UPA em Mauá, verba para custeio da Saúde. Mas o que mais está previsto para chegar?

LULA DA SILVA

O Grande ABC foi onde vivi a maior parte da minha vida, comecei na política e onde até hoje está o Sindicato dos Metalúrgicos, o sindicato da minha categoria. Em meu governo, o Grande ABC contará com nossa parceria e investimentos para se desenvolver e elevar a qualidade de vida da população. Jamais deixaríamos de apoiar uma região com tamanha importância para o desenvolvimento do estado de São Paulo e de todo o Brasil. No Novo PAC, já estão assegurados recursos para uma série de obras e intervenções para melhorar as condições urbanas da região, que mobilizarão mais de R$ 660 milhões. Por exemplo, para melhorar a mobilidade, estamos construindo corredores de ônibus em Diadema e São Bernardo, e um novo terminal de passageiros em Mauá. Daremos continuidade às obras de urbanização de favelas em Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá, e de contenção de encostas em São Bernardo, Diadema e Mauá. Também estão incluídas uma escola de educação infantil em Santo André e três quadras escolares em Ribeirão Pires. Haverá recursos para urbanização de favelas em Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá, e para obras de contenção de encostas em São Bernardo, Diadema e Mauá. Em São Caetano, investiremos em obras para melhorar o abastecimento de água e a triagem de recicláveis. Em Diadema, estão previstas obras para saneamento integrado em Eldorado. Também já estão incluídos no Novo PAC recursos para restaurar imóveis na vila de Paranapiacaba e em Santo André, fundamentais para proteger nosso patrimônio histórico. Todos os municípios da região apresentaram propostas no primeiro processo de seleção de obras do Novo PAC. Em breve, teremos os resultados deste processo e tenho grande expectativa de que a região seja contemplada com mais obras. Na cultura, liberamos R$ 21,2 milhões da Lei Paulo Gustavo para os municípios da região. Na saúde, alocamos 161 novos médicos do Mais Médicos, e agora já temos 246 médicos atuando em toda a região. Na educação, todos os municípios aderiram e farão parte do Programa Escola em Tempo Integral, e com exceção de Santo André, os demais municípios aderiram ao Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. E, no ano passado, inauguramos mais um bloco do campus de São Bernardo da UFABC. Tudo isto foi só no primeiro ano de governo, quando nos dedicamos a reconstruir o País. Toda a população do Grande ABC pode estar certa de que muito mais investimento virá neste ano e nos próximos, para estimular o desenvolvimento e a qualidade de vida nos sete municípios da região.

CAPITALSOCIAL

O desfilar de desejos e perspectivas de Lula da Silva faz parte do show. Qualquer entrevista do presidente, no passado, vai indicar que a metodologia não é novidade. A região que emerge das palavras de Lula da Silva é o paraíso que, mesmo assim, não chega ao patamar desejado e imperioso, porque dá pouca importância às transformações que só a economia proporciona. Lula da Silva tem um discurso intervencionista no campo econômico, o que é lamentável num País tão castigado por desídias estatais. É preciso observar atentamente até que ponto essas potenciais intervenções vão mudar o quadro econômico regional. Pode apostar que será pouco. Vamos continuar naufragando.

DIÁRIO DO GRANDE ABC

O sr começou esta gestão com dois quadros oriundos do Grande ABC, casos de Luiz Marinho (Trabalho) e Rita Serrano (Caixa). Com a saída de Rita, trouxe o Ricardo Lewandowski, que foi secretário aqui em São Bernardo. Qual papel da região no seu governo?

LULA DA SILVA

Você esqueceu que meu governo tem outro quadro oriundo do Grande ABC. A Miriam Belchior, da Casa Civil (secretaria-executiva), é de Santo André e eu. Minha trajetória política começou em São Bernardo e eu sou grato por tudo que lutei e aprendi no Grande ABC. Não é à toa que o ministro do Trabalho é do Grande ABC, por toda a força do movimento sindical na região. O Luiz Marinho, e agora o Ricardo Lewandowski, vão contribuir muito com o governo. A Rita Serrano fez um trabalho extraordinário na Caixa Econômica porque sua história se confunde com a do banco. Uma funcionária de carreira, que sempre lutou pelos trabalhadores da instituição e eu só tenho a agradecê-la. Eu acredito que não só esses três que são da região do Grande ABC, mas todos os ministros entendem o papel do Grande ABC como uma região muito forte, com uma economia muito forte e sofisticada, a principal região industrial do país com empresas do mundo inteiro. Queremos que o Grande ABC volte a ser símbolo do futuro da economia brasileira.

CAPITALSOCIAL

Uma pergunta irrelevante do Diário do Grande ABC ao presidente da República. Poderia ser substituída por outra: como se explica que o senhor que tanto fala em Grande ABC por razões múltiplas, está no 15º ano do PT Federal e não fez qualquer movimento para, mesmo que informalmente, manter um grupo de técnicos na área econômica para, juntamente com instâncias locais, incrementar um planejamento estratégico que não só interrompa a derrocada regional como também incremente medidas para valer para reverter o quadro de decadência? 

DIÁRIO DO GRANDE ABC 

Como estará inserido o Grande ABC no planejamento eleitoral do PT para este ano?  

LULA DA SILVA

Eu ainda não conversei com o partido o cenário e detalhes da estratégia eleitoral esse ano. O cenário ainda está se consolidando.

CAPITALSOCIAL

A resposta é simples: dividir o comando de Santo André, depois de oito anos de informalidade mandatária com o prefeito Paulinho Serra; vencer em São Bernardo, Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra e, complementarmente, concorrer sem vexame em Ribeirão Pires. São Caetano de classe média e conservadora? Melhor esquecer.



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